29 de fevereiro de 2012

Penedono


Penedono é uma vila que se situa no Distrito de Viseu.

O primeiro documento conhecido que se refere a estas terras data do ano de 960 e chama-lhes Pena do Dono, que significa Penha ou Castelo do Dono. Mas, muito antes disso, já as terras de Penedono eram habitadas e o imenso e valioso património arqueológico do período megalítico é testemunho dessa antiguidade.

Localizada nos derradeiros limites da Beira e a um passo dos socalcos da Região Demarcada do Douro, a vila medieval de Penedono domina imponente uma paisagem de contrastes fortes e impressionantes.

 O seu Castelo, chamado de Castelo do Magriço, erguido no século XI quase a mil metros de altitude é um exemplo único de arquitetura militar no país, singular pela sua forma triangular e famoso, segundo a lenda, por ter sido berço do célebre Álvaro Gonçalves Coutinho, o célebre Magriço, um dos Doze da Inglaterra, imortalizado nos "Lusíadas" pela sua valentia e espírito de aventura.






A primitiva fortificação de Penedono só é referida por volta do ano 930, quando, no âmbito da reconquista cristã da Península Ibérica, esta região foi pela primeira vez reconquistada aos muçulmanos, pelo rei de Leão.




O atual aspeto, romântico, deste castelo, acredita-se que remonte a finais do século XIV, quando o rei D. Fernando, doou estas terras a um nobre de nome, Vasco Fernandes Coutinho, que fez dele a residência da família e nesse sentido foi utilizado até finais do século XV.





Abandonado e chegando mesmo a ser proposta a sua demolição, foi defendido por um grupo de cidadãos, a que chamaram «Homens Bons», e já no século XX, foi classificado como Monumento Nacional.

Este é um dos meus castelos favoritos, uma vez que considero que preserve a sua arquitetura medieval até os dias de hoje.


Em frente ao Castelo ergue-se um curioso pelourinho de gaiola do século XVI, classificado Imóvel de Interesse Público.




Percorremos as ruas e ruelas onde apreciamos as casas, os monumentos e os solares que foram talhados no granito bruto vindo das serranias em redor.





Por entre caminhos cruzam-nos com a igreja Matriz de S. Pedro é a única de três igrejas paroquiais da Idade Média que ainda existe. No seu interior guarda interessantes pormenores de arte sacra: esculturas sagradas, altares, trabalhos em talha dourada e as pinturas no teto, dispostas em 35 caixotões.




 No Município de Penedono também vale a pena visitar a Igreja de S. Salvador e admirar o seu retábulo de talha dourada, a Capela de St.ª Bárbara, de construção seiscentista, a Capela de Santa Luzía, edificada no início do século XVII e a Capela do Calvário.




Na aldeia de Antas encontramos Sepulturas Antropomórficas que datam do Período Megalítico. O Município de Penedono possui dois conjuntos de monumentos megalíticos. A necrópole da Lameira de Cima, na aldeia de Antas, possui dois monumentos funerários pré-históricos. A necrópole do planalto da Senhora do Monte, nas freguesias de Penela da Beira e Castaínço, é constituída por monumentos megalíticos dispersos ao longo de três quilómetros e enquadrados por uma paisagem natural. Um desses monumentos, o Dólmen da Senhora do Monte, é Monumento Nacional desde 1961.

Na sua gastronomia as ementas são compostas de enchidos caseiros, cabrito assado, marrã, doces de castanha e cavacas.


Penedono é uma vila fascinante, que possui um vasto património, como exemplo o seu castelo, que mantém intactos os traços originais da sua arquitetura medieval.


Moimenta da Beira



Moimenta da Beira é uma vila no Distrito de Viseu.

É relativamente recente a história Moimentense, mas não as origens do território que constituiu o atual Município. Já quando Afonso III das Astúrias conquistou Lamego aos Mouros, começou o Povoamento do Douro com a assenhoramento de Terras pelos "presores Godo.

O topónimo da vila tem o significado de túmulo, mausoléu e, segundo a lenda local, diz que se trata de um túmulo de um rei mouro que aqui morreu. Egas Moniz povoou estes lugares e fixou nas terras das “ moimenta “ alguns colonos de que nasceu um pequeno povo denominado de Moimenta.



Esta é famosa pela produção de vinho, de maçã, principalmente da espécie "bravo de esmolfe", e também, por ter sido o concelho onde Aquilino Ribeiro viveu em várias fases da sua vida, mais propriamente na pequena aldeia de Soutosa.

Neste concelho visitamos várias atrações entre elas: Convento de N.ª Sr.ª da Purificação, Capela de Mártir S. Sebastião, Capela de N.ª Sr.ª das Mercês, Capela de N.ª Sr.ª do Amparo, Solar das Guedes, Casa da Moimenta, Fonte da Pipa, entre outros.

A Casa da Moimenta foi construída no século XVI, o seu portal é decorado por uma cabeça humana. Também é conhecida por “Casa do Carrasco Rodrigues”, por ter ali morado o carrasco de Moimenta.              

A Capela da Senhora da Guia foi edificada no século XIX. Situa-se num monte rochoso, designado por “Castelo”, local onde em tempos passados existiu um dos castelo de Caria.

O Convento de Nossa Senhora da Purificação, um convento feminino de clausura, construído no século XVI, sofrendo várias remodelações nos séculos seguintes.



A Fonte da Pipa foi construída no século XVIII.



O Solar das Guedes é uma casa solarenga do século XVIII, onde se destaca a pintura de dois tetos no interior, em estilo rococó.



Das várias freguesias de Moimenta da Beira a que mais nos fascinou foi a de Ariz.





Ariz é um povo antigo que marcou a sua presença pelas Terras do Demo, conforme nos indica a origem do nome de Ariz.
Esta localidade terá sido uma quinta, uma vila de Alarico há mais de dez séculos.



Nesta freguesia situa-se uma necrópole medieval e as casas são caraterizadas pelos penedos que lhes servem de alicerce.





No que se refere à gastronomia esta tem por base uma dieta robusta e suculenta, com receitas tradicionais: Cabrito e borrego assado, enchidos, cozido à portuguesa com a sua variedade de carnes e legumes.

Moimenta da Beira é caraterizada pela sua história e acima de tudo pelas suas gentes acolhedoras e afáveis.

28 de fevereiro de 2012

Monção


Monção é uma vila situada no Distrito de Viana do Castelo.

Situada bem na fronteira com Espanha, e dela separada pelo bonito Rio Minho, a vila de Monção regista ocupação humana desde tempos remotos.

Sabe-se que em 404 a.c. os Celtas conquistaram Monção e deram-lhe o nome de "Obobriga", e já em 40 d.c. Monção era já uma importante vila romana, chamada "Mamia". Ocupada pelos Suevos em 410 d.C., chamou-se “Orosion”, ficando traduzida para latim como “Mons Sanctus”, derivando daí “Monção“.


Monção teve carta de foral de D. Afonso III datada de 1261.

Tornou-se célebre no decurso das guerras fernandinas, devido à enérgica ação de Deu-la-deu Martins, esposa do alcaide local, que conseguiu pôr fim ao cerco que os castelhanos lhe impuseram, atirando-lhes com os seus últimos comestíveis. É esse o motivo pelo qual ainda hoje aparece, nas armas desta vila, uma mulher a meio corpo, em cima de uma torre, brandindo com um pão em cada uma das mãos; à sua volta surge, numa bordadura, a divisa da vila, corruptela do nome da heroína: «Deus o deu, Deus o há dado». Gil Vasques Bacelar I, marido de D. Sancha Pires de Abreu foi Governador e alcaide-mor desta vila.


Diversos monumentos denotam a rica história desta vila, como a Românica Igreja Matriz do século XII, ou as Igrejas da Misericórdia e de Santo António dos Capuchos, ou a Fortaleza Militar, e as muitas Casas Senhoriais e Brasonadas que pululam na região, entre outros monumentos.








Percorremos toda a vila a pé desde a praça central até ao castelo e muralhas.








O conjunto do Castelo de Monção apresenta planta no formato circular, no estilo gótico, envolvendo a vila medieval. Nos muros rasgavam-se apenas duas portas, a principal defendida pela Torre de Menagem, abrindo-se para o terreiro onde era realizada a feira. A porta da traição, de menores dimensões, dava para zona ribeirinha.






A fortificação erguida no século XVII, embora erguida de raiz, integrou as muralhas medievais, reformulando-as, dado o crescimento da vila. Desse modo, foram erguidos nove baluartes e cinco portas, mantendo-se amplas áreas não edificadas, facilitando o movimento de tropas e de artilharia.



Um dos locais mais afamados da vila é a sua Estância Termal, integrada junto ao rio Minho, num bonito conjunto muito arborizado, estando as suas águas estão especialmente indicadas no tratamento de reumatismos, bronquites e afeções das vias respiratórias superiores.

Fora do centro da vila visitamos o Palácio da Brejoeira, este sumptuoso palácio de estilo neoclássico constitui-se num expoente das moradias fidalgas no país.






Realizamos uma visita guiada ao interior e jardins do palácio e assimilamos parte da história deste monumento nacional. Este foi erguido nos primeiros anos do século XIX, tendo as obras se prolongado até 1834. Pertenceu inicialmente a Luís Pereira Velho de Moscoso, nascido em 1767. Não pertencendo à nobreza, Luís de Moscoso não podia construir um palácio com quatro torres e, para esse fim, pediu autorização ao rei para construir a terceira torre.

Por volta de 1901, o palácio foi vendido a Pedro Maria da Fonseca Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto, que lhe realizou amplas obras de restauro, quando enriqueceu o imóvel com uma capela palatina e um teatro, e empreendeu o revestimento das paredes do átrio e da escadaria com azulejos, a reforma dos jardins e do bosque, além da construção de um lago.





Em 1937, o imóvel foi vendido a Francisco de Oliveira Pais, de Lisboa. Na década de 1960, por falência deste, o palácio foi adquirido pelo companheiro de sua filha, Feliciano dos Anjos Pereira, que fez construir uma moderna adega e, em 1977, lançou no mercado, com grande sucesso, uma marca própria, o vinho Alvarinho "Palácio da Brejoeira". Atualmente o Palácio pertence a Maria Herminia Oliveira Paes, em conjunto com os herdeiros de seu falecido marido Feliciano Pereira.

Visitamos o seu interior onde se encontram faustosos salões com valiosas pinturas e frescos e distinta decoração, bem como uma capela e um teatro.

Percorremos os seus jardins rodeados de frondosa mata e encantadoras magnólias e japoneiras.






No que se refere à Gastronomia, Monção destaca-se pelo seu Cabrito assado no forno, pelo arroz de açafrão e pelo chouriço de Lordelo, bem como nos pãezinhos de Deuladeu e nas barrigas de freira, no que toca à doçaria.

Monção tem várias atrações que fascinam os visitantes.


27 de fevereiro de 2012

Mirandela


Mirandela é uma cidade situada nas margens do rio Tua, pertencente ao Distrito de Bragança.

D. Afonso III deu-lhe a carta de foral em 1250 e foi elevada a cidade em 1984.

Caladunum era nome da atual cidade de Mirandela.

Por todo o concelho há vestígios de povoamentos pré-históricos, bem documentados por monumentos megalíticos e diversos castros.

Em Mirandela estão dos melhores valores arquitetónicos do concelho, como o Palácio dos Távoras, imponente construção nobre reedificada no século XVII, o Palácio dos Condes de Vinhais.





De referir ainda a cerca amuralhada da qual visitamos apenas o que resta desta - a Porta de Sto. António.



A ponte velha ou ponte medieval, é o ex-libris da cidade, esta terá sido construída no século XVI, tendo sofrido diversas intervenções ao longo dos séculos. Há mesmo notícia de no mesmo local ter existido uma outra ponte, edificada em princípios no século XV.





No que se refere ao património religioso vistamos a Igreja Matriz ou Igreja de Nossa Senhora da Encarnação e a igreja Nossa Senhora do Amparo.




 Também visitamos a antiga estação de caminhos de ferro.



Na gastronomia temos a típica alheira de Mirandela, que eu não resisto, uma vez que a alheira é o meu enchido favorito.

Em Mirandela nasceu ainda o conceito de cidade jardim. O culto da flor invadiu todos os espaços. Milhares de belas flores estendem-se por uma cidade inteira que vale a pena ser visitada.


Miranda do Douro



Miranda do Douro situa-se no distrito de Bragança e é considerada a “Cidade Museu” de Trás-os-Montes, esta mantém a sua traça medieval e renascentista.

Esta cidade, sede do concelho, está situada num espigão que domina a pique a margem direita do rio Douro, no troço internacional que separa a província Portuguesa de Trás-os-Montes da província espanhola de Castilla y León.

Com vestígios de presença humana desde remotos tempos, Miranda tem fortes raízes celtas e foi mesmo ocupada pelos Romanos.
Com uma posição estratégica importante, fronteiriça com Espanha, foi uma importante localidade na Idade Média.

A Vila de Miranda surgiu com o Rei D. Dinis que existia sobre as arribas do Douro e era banhado pelos rios Douro e Fresno.

É aquando do Tratado de Alcanices – celebrado entre D. Dinis, rei de Portugal, e Fernando IV, de Leão e Castela, que esta foi elevada à categoria de vila e aumentando-lhe os privilégios antigos. Um dos privilégios deste foral era Miranda nunca sair da coroa.

A partir desta altura, Miranda torna-se progressivamente na mais importante das vilas cercadas de Trás-os-Montes.




Situada numa região árida e de difíceis acessos durante muitos anos, a região de Miranda do Douro soube preservar as suas tradições e modos de vida num mundo cada vez mais desenvolvido. Testemunho disso é a própria língua, o Mirandês, património único na região, que tem sobrevivido à passagem do tempo incólume.



Quando cheguei ao centro da cidade estava na expetativa de ouvir falar mirandês, contudo isso não aconteceu. Com efeito, há cerca de quatro séculos que esta língua terá deixado de se falar na cidade, tornada episcopal em 1545 e alguns antes elevada a sede de comarca, sofrendo, por isso, um forte crescimento económico e demográfico, o que terá contribuído decisivamente para a substituição do mirandês pelo português.

De facto, todas as tradições são ainda hoje acarinhadas e mantidas na região, como é o caso do colorido folclore, com a famosa dança dos paus, dos Pauliteiros de Miranda, com o seu típico trajo de saias, acompanhada pelo toque da gaita de foles, uma herança da ocupação celta da região na Idade do Ferro.

A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os estudiosos que sobre ela se debruçaram. Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa.

Na Terra de Miranda e em todo o Planalto Mirandês ainda hoje se celebram com bastante pureza no seu ritualismo original, as festas solsticiais de Inverno. São rituais de profundo significado mitológico, ritos de iniciação, “mitos do eterno retorno” cuja origem teremos que procurar muito longe no tempo.

Miranda do Douro tem um rico património natural, social e edificado, como são exemplo as suas bonitas casas antigas, o seu monumento mais imponente: a Sé (hoje Igreja de Santa Maria Maior) do século XVI, o Paço Episcopal, a Igreja dos Frades Trinos, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Santa Cruz, o Museu da Terra de Miranda, a Rua da Costanilha, o Castelo de Miranda do Douro, as Ruínas das Muralhas, o Penedo Amarelo a Barragem de Miranda do Douro, entre outros pontos de interesse.










A catedral foi edificada, ao que parece, no mesmo sítio onde antes se erguia a antiga Igreja de Santa Maria, mandada construir por D. Dinis. Com três naves, esta catedral possui uma arquitetura majestosa e um interior de grande riqueza e elegância, onde se pode encontrar uma verdadeira preciosidade, única no mundo cristão a imagem de «O Menino Jesus da Cartolinha» ou «Menino Jesus do Chapéu Alto».






Perto da Catedral encontramos o Penedo Amarelo, uma magnífica paisagem, de um amarelo bem vivo, quase a cair no Douro. No penedo conseguimos observar um enorme número dois, que mantém um dos mistérios das redondezas, que parece ter ido picado por uma mão humana.





Seguimos pelas ruas da cidade e passamos pela Rua da Costanilha, de origem medieval. A sua antiguidade remonta ao séc. XV.



Em seguida visitamos as Ruínas das Muralhas, a sua construção teve início nos finais do séc. XIII. Conserva apenas, parcialmente uma torre do séc. XV, a porta da traição, da Senhora do Amparo e o postigo.




Também visitamos o castelo que foi melhorado pelos primeiros reis portugueses, mas as diversas lutas, que se travaram nos anos seguintes, arruinaram-no, sendo necessária a sua reedificação no reinado de D. Dinis, por volta de 1280. A boa construção deste castelo fez com que resistisse aos sucessivos ataques castelhanos, no reinado de D. Fernando, que mandou cunhar moedas com um «M», sobre o escudo das quinas.





Outra atração local é a Gastronomia transmontana, é presença importante em Miranda do Douro, a sua Posta Mirandesa, a Bola Doce Mirandesa o Folar de Carne, os pratos de enchidos como a Alheira, as Rosquilhas ou o famoso Pão de Ló.

O concelho de Miranda do Douro é detentor de um vasto, diversificado e valioso património cultural e arquitetónico espalhado pelas suas freguesias, que continuam a preservar e divulgar parte da sua cultura.